DESPERTAR

- Ana já acordou? 
Ana fecha o livro e esconde-o debaixo do tapete e vai ao encontro da madre. No café, junto com as noviças, ela relembrava a leitura que estava fazendo, a personagem da mesma idade, ser levada pelo pai por adultério até um convento, fazia com que Ana vivesse uma realidade paralela entre sua vida e a do livro.
- Ana! Ana! Em que mundo está? Hoje a madre nos designou para ir ao orfanato levar suprimentos. - Disse Amélia, sua companheira de quarto.
- Voltei a ler o livro...
- Você falou que ia parar de ler, que tinha guardado ele no porão! Se a madre descobrir, ela irá te colocar na solitária, você vai querer ficar trancada no quarto solitário sem poder comer sujeita as tentações espirituais? E outra: você diz que tem alucina... - Ana interrompe Amélia:
- São visões Amélia! As vozes ecoam nas paredes todas as vezes que leio as páginas, gritam como se clamassem, começa a verter sangue do teto como se chorassem pela dor que cada uma carregasse. Eu sou ela, não é possível que este livro tenha caído em minhas mãos se não tivesse um propósito!
- Se você não parar de ler este conto do diabo, vou te denunciar para a madre! Ana, você adoece toda vez que lê esse livro, amanhece assim, cortada, pálida, como senão fosse você... - Ana olha para os pulsos e percebe os arranhões, ao se ver no espelho, percebe sua alma distante e fria, no mesmo instante vê as paredes vertendo água e tornando-se em sangue.
"- Ana! Ana! Salve os bebês! Ana! Martín está morto!"
- Ana?! Tudo bem?! - Pergunta a madre em tom rígido e seco, olhar fixo e penetrante, como se conseguisse ler a mente de Ana.
- Sim, sim, estou bem madre.
- Então vá, e termine de arrumar os quartos.

Ana começa a arrumar a cama e percebe a capa do livro para fora do tapete, havia uma cruz no centro dele, isso chama a atenção e ela abre-o novamente. Começa a ler de cima a baixo como se estivesse pesquisando algo, ela queria descobrir o nome da protagonista e vê que aonde está o nome da personagem, há um rabisco cobrindo sua identidade, com se alguém não quisesse deixar notória a origem desta moça fictícia. As páginas seguintes estavam em branco, Ana se agita e acelera aquele movimento que dominavam suas emoções, então ela corta abruptamente a mão com as pontas finas das lâminas que saíam da cruz. Não era um livro, mas sim um diário. Mas quem seria a dona dele? Quem riscou o nome da moça? Seria ela própria para não ser identificada? Seria uma das noviças? A madre quando jovem? Ana se indagava sobre isso.
Ao ver sua mão cortada, Ana se assusta ao ver que não sangra, mas começa a sair um líquido negro do ferimento. As badaladas do sino tocam em um som aterrorizante. Ela desperta daquela hipnose. São meio-dia, Ana pega o crucifixo e vai para o refeitório.

- Continua... 

OBS: Se você está gostando de ler, deixe seu comentário e já adianto: essa história terá sequência, mas não aqui na plataforma pois minha intenção é reunir todas as partes e capítulos em um livro só que estará disponível em outro site totalmente gratuito a leitores e escritores 100% disponível para você poder finalizar este drama e comigo acompanhar os próximos acontecimentos com Ana em "PAREDES DE UM CONVENTO". Continue aqui e se inspire nas minhas próximas publicações que serão mais sucintas! 

- Helica Midian E. L. 


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