Muitas moças e mulheres que ingressaram nos mosteiros, eram por chamado do Senhor, outras por serem órfãs, também haviam aquelas que não entravam para o convento de forma espontânea. Consideradas "desonradas", amantes, jovens e mulheres que se apaixonavam por homens de classe média inferior, até as que queriam estudar, uma vez que suas habilidades ultrapassavam os limites impostos pela sociedade ignorante da época.
Espiritualizando o lugar sagrado católico, as paredes dos muitos conventos que existiram e ainda mantêm-se em pé, são as únicas fiéis testemunhas dessas moças que outrora aprisionadas no lugar objetivado a levar para todos liberdade. Hoje o que em alguns lugares são apenas ruínas, lugar de visitações, carregam as energias supremas de angustias e fracassos. Paixões não vividas, gestações interrompidas contra a vontade de suas mães, bebês frutos do amor genuíno que foram levados de forma abrupta, toda essa força sombria é o sustento das paredes de um convento e que ainda mantém em pé o lugar que para muitas foi de dor.
As paredes de um convento podem-se caracterizar como um receptáculo de magia, energia, poder ou como você mesmo identificaria de acordo com sua crença religiosa, o que eu quero dizer leitor é que existe algo sobrenatural nas paredes de um convento, pois para muitas foi a ponte entre seu caminho com Deus o encontrar-se consigo mesma e ver a redenção, mas em contrapartida para outras, foi a ponte entre o seu destino e a morte, o encontrar-se com seu maior medo e ver a condenação. Esses extremos, as oscilações entre amor e ódio, esperança e desilusão, os sonhos e as histórias que não puderam serem contadas, são a força que mantém em pé as paredes de um convento.
Paredes de um convento que trás consigo a liberdade de Deus, mas com a sombria sensação da presença do diabo. Nas paredes de um convento é possível ver a defesa e a acusação, sentir-se como se estivesse no dia do seu próprio julgamento, porém horas você é inocente, horas é o réu.
Continua...
- Helica Midian E. L.
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